James Bond: o espião que se tornou um ícone cinematográfico
Todo mundo sabe que James Bond é uma das franquias cinematográficas mais conhecidas da história, o que muitos desconhecem é que o 007 surgiu como um personagem de livros de espionagem

Um dos mais icônicos personagens da cultura pop tem nome, sobrenome e inclusive insígnia: James Bond, ou simplesmente 007. Muitos o conhecem de seus mais variados filmes, afinal já são algumas décadas de diversas produções cinematográficas de sucesso. E, ainda mais, o reconhecem a distância pelas variadas e marcantes características das histórias das quais faz parte. Os belos carros, ternos, vilões, armas, além das tramas mirabolantes, fazem com que todos saibam que o protagonista é Bond, James Bond.

Diversos atores já interpretaram Bond nas telonas. Foram eles: Sean Connery (com certeza o melhor de todos), George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e, mais recentemente, Daniel Craig. No momento, todavia, o posto de 007 está vago. Os fãs da franquia cinematográfica estão aguardando o anúncio do novo ator que viverá o agente secreto do MI6 – o rumor mais forte até agora é que Aaron Taylor-Johnson viva o personagem.

O que muitos esquecem, ou por vezes nem mesmo sabem, é que o espião é muito mais do que uma rentável franquia de filmes. James Bond é, antes de tudo, um personagem literário criado por um inglês entediado com seu casamento.

O que acontece é que, nos anos 50, o britânico Ian Fleming, como uma forma de contrapor sua pacata vida de casado, resolveu desenvolver um personagem que vivesse as mais diversas aventuras. Fleming casara-se tarde, com mais de quarenta e, antes de sua entrega à vida a dois, ele viveu, em sua época de solteirão, coisas interessantes. Ele se ocupou com o jornalismo em um período de sua vida e, durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, chegou até mesmo a ser recrutado para trabalhar no Serviço Secreto Naval. Detalhe este que ajuda, inclusive, a revelar as influências que levaram Fleming à composição de Bond, ou seja, de certo modo, suas próprias vivências.

Assim, foi em meio a isso, o abandono da vida de solteiro em prol da vida a dois, que surgiu o agente em um livro chamado Cassino Royale. O ano era 1952 e, após muito relutar, o autor acabou por publicar esta obra. A obra marcava o início das aventuras do espião no mundo da literatura. Muitos detalhes, desde o início, chamaram a atenção. Há o duplo 00 — uma referência aos sinais usados durante a guerra como forma de identificar mensagens de cunho confidencial — e o peculiar nome James Bond — retirado da capa de um livro sobre pássaros que decorava a casa do autor na Jamaica.

“Sem Fleming não haveria James Bond. E tampouco as surpreendentes aventuras que o agente há décadas vivencia, para deleite de seus leitores e expectadores.”

O fato é que, desde aquela obra, houve a conquista de leitores e elogios, alguns inclusive muitos significativos. O escritor e roteirista norte-americano Raymond Chandler foi um daqueles que se renderam à escrita de Fleming. E, naturalmente, com isso, ou melhor, devido a isso, a boa resposta do público leitor, livros sucessivamente puderam vir à luz.

Ano após ano, depois do lançamento da primeira obra, Fleming viajava para sua casa na Jamaica, onde preparava uma nova edição de seus escritos com James Bond como protagonista. O escritor começava sempre a redigir as primeiras anotações ainda na Inglaterra, mas era enquanto estava fora que o grosso da obra era desenvolvido. Ao voltar a Londres, submetia à apreciação de outras pessoas as páginas antes de finalmente publicá-las.

Foi esse sucesso crescente que permitiu que o personagem, de início restrito ao universo literário, saltasse das páginas dos livros de que fazia parte para as telas dos cinemas. Somente a partir dos anos 60 começaram a serem produzidos por Albert R. Broccoli e Harry Saltzman os filmes inspirados nos livros de Fleming sobre James Bond.

Assim, com o nome de Ian Fleming figurando como autor na capa dos livros de 007 foram publicadas 14 obras — duas delas após a morte do escritor. Todavia, é preciso ressaltar que, devido ao sucesso da série de livros, e do êxito dos filmes do agente no cinema, ao longo dos anos, depois da morte de Fleming, foram e vêm sendo convidados outros escritores para redigirem novas histórias que tenham como protagonista Bond.

Fleming faleceu em 1964 com pouco mais de cinquenta anos. Tinha alguns excessos, fumava muito, era um jogador compulsivo, adorava corridas de carros e bebia — tal como o personagem que criou — muitos martinis. Acabou tendo um enfarte fulminante e vindo a falecer. Porém, teve a oportunidade de ver o início do sucesso e consolidação de sua criação no cinema. Ian Fleming ainda viu Sean Connery interpretar Bond em 007 Contra o Satânico Dr. No (1962) Moscou Contra 007 (1963).

Assim, apesar do mais famoso espião das telas dos cinemas já ter alcançado a marca de 25 filmes, é impossível não se reverenciar seu criador. Não é possível deixar de lembrar que, para o 007, muito antes de ser um dos mais conhecidos personagens do cinema, tudo começou nos livros. Afinal, sem Fleming não haveria James Bond. E tampouco as surpreendentes aventuras que o agente há décadas vivencia, para deleite de seus leitores e expectadores.

O melhor James Bond, Sean Connery, em seu melhor filme: 007 contra Goldfinger

Uma resposta para “James Bond: o espião que se tornou um ícone cinematográfico”

  1. Avatar de Willian Michelson
    Willian Michelson

    Baita texto. Sou muito fã da franquia.
    Particularmente acho muito legal a interpretação do Roger Moore.
    Foi um dos atores que mais interpretou em vários filmes.
    Ian Fleming é um gênio.

    Parabéns pelo trabalho meu amigo.

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